Câmara aprova destaques do projeto que recria Sudene
BRASÍLIA - O plenário da Câmara aprovou na noite desta terça-feira o projeto que recria a Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) por 368 votos a favor, nenhum contra e uma abstenção. Como o projeto já foi aprovado pelo Senado, seguirá agora para a sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Como havia uma sessão do Congresso marcada para as 19 horas, a Câmara tinha decidido deixar a votação dos destaques ao texto para esta quarta-feira. No entanto, o deputado Inocêncio Oliveira (PR-PE), que estava na presidência do plenário, conseguiu o adiamento do início da sessão do Congresso para concluir a aprovação do projeto.
Não foi a única reviravolta do dia. De manhã, os líderes da base aliada acertaram que o projeto seria votado somente nesta quarta-feira. À tarde, porém, atendendo a pedido do ministro da Fazenda, Guido Mantega, o líder do governo, Arlindo Chinaglia (PT-SP), pediu sua retirada da pauta.
Por insistência do deputado Zezéu Ribeiro (PT-BA), relator da recriação da Sudene, o líder abriu nova negociação com o governo e manteve o projeto na pauta. Em troca, Chinaglia acertou com Mantega o adiamento para a próxima semana da votação dos projetos que recriam as Superintendências do Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco) e da Amazônia (Sudam), que também estavam na pauta desta terça.
Zezéu Ribeiro chegou a se irritar com secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Bernardo Appy, que participou das negociações e, segundo o relator, estava impedindo a votação. "É um paulista empedernido que não conhece o Brasil", protestou. Ele afirmou que já há previsão de R$ 1 bilhão para investimentos no Nordeste.
"A criação da Sudene consolida uma política nacional de desenvolvimento regional." Vários parlamentares do Nordeste comemoraram a aprovação como um fato histórico no País e lembraram do economista Celso Furtado, morto em 2004, que idealizou o órgão.
A Sudene será vinculada ao Ministério da Integração Nacional, e a Agência de Desenvolvimento do Nordeste (Adene) será extinta. Sua área de atuação incluirá todos os Estados da região Nordeste e municípios de Minas Gerais e do Espírito Santo.
Fonte: Diário do Comércio - 29/11/2006