Mais R$ 30,6 bi no bolso do leão
O novo programa de parcelamento de débitos tributários, o Refis 3, deu um impulso à arrecadação de impostos federais em agosto. Segundo dados divulgados ontem pela Receita Federal, a arrecadação no mês passado foi recorde para meses de agosto e somou R$ 30,611 bilhões, dos quais R$ 674 milhões foram débitos em atraso pagos à vista por empresas que entraram no programa. Também houve uma arrecadação extra de R$ 173 milhões em depósitos judiciais. Sem esses dois recolhimentos extraordinários, os números da Receita não teriam sido recordes para o mês.
A arrecadação em agosto teve um crescimento real de 2,31% em relação a agosto de 2005, mas sofreu queda de 9,6% na comparação com julho último, o que foi considerado normal pela Receita . No acumulado do ano, a arrecadação totaliza R$ 252,830 bilhões, um acréscimo real de 3,14%.
O secretário-adjunto da Receita Federal, Ricardo Pinheiro, afirmou que o Refis 3 vai dar "uma folga maior" na arrecadação deste ano. "Essa folga vai nos ajudar a ter menos sacrifício, suor e lágrimas no nosso esforço fiscal", disse o secretário. Como o prazo de adesão terminou no último dia 15, ele espera que o pagamento dos débitos atrasados também ajude a receita deste mês.
Previdência – O programa colaborou também para reforçar o caixa da Previdência Social. O chefe da Assessoria de Estudos Tributários e Normatização da Secretaria da Receita Previdenciária, Silas Santiago, disse que em agosto entraram R$ 237 milhões relativos ao Refis 3. Foi o mês com o maior valor de recolhimento de débitos em atraso. A arrecadação da Previdência somou R$ 10,897 bilhões em agosto, um crescimento real de 8,73% em relação a agosto de 2005 e de 5,03% na comparação com julho de 2006. No acumulado do ano até agosto, a arrecadação soma R$ 81,848 bilhões, 9,64% maior que no mesmo período do ano passado.
Crescimento – Na comparação com agosto de 2005, vários fatores contribuíram para o aumento da arrecadação. Houve crescimento de 24,58% na receita do Imposto de Importação (II) e de 10,25% na arrecadação do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) de automóveis, por causa do aumento de 14,6% no volume de vendas no mercado interno. A arrecadação do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) teve elevação de 17,6%, puxada pelas entidades financeiras. ( AE )
Fonte: Diário do Comércio - 21/09/2006